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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

COM VOCÊ

#3.08 – COM VOCÊ – Escrito por GABRIEL MELO, revisado por Arthur Ferreira


 
1 MÊS DEPOIS...

Ando me perdendo nos meus pensamentos... Cara, tá osso! Sei lá se isso é por causa do pouco tempo com esses super poderes ou... Só sei que não é moleza descobrir que tem habilidades diferentes, que pode ver os fantasmas por aí, como o Met...

O pior é que nessa situação de poder ver quem está correndo perigo, quem acaba se ferrando é a gente! Já nos ferramos de verde e amarelo. Eu, principalmente...

Guardar segredo dessa Po*** já me fez perder a Ana... To bravo, admito sim, mas não foi culpa de ninguém. Ela podia entender um pouco o nosso lado... Pu** merda! Falei palavrão.

*

Agora estou aqui na quadra, o “Robertão”, nosso treinador já ralhou comigo, acho que umas três vezes. A primeira porque cheguei atrasado, a segunda porque to esquecendo os passes e não fiz nenhuma cesta, por enquanto... To na maior brisa aqui... Pô! Da outra vez que eu enrolei para fazer essas paradas de poderes, um carinha aí morreu, que droga. Mó culpado eu fui... acho...

- oh, Betão! – Gritou Gustavo – Presta atenção aê, meu. Logo chega o campeonato inter-classe e nós vamos ser sapecados!
- Foi mal, foi mal... Vamos lá, galera...

O Alex, não falava nada. Olhava para mim e nem sequer disfarçava o olhar. Pior é que todo mundo do jogo sabe: se o capitão do time olha para você, mano... tu tá ferrado, pra não falar outra coisa... Ele nem fala nada, só vai observando.

Parou, parou, parou! – Falou o treinador, vindo na direção do time. – Já é onze e cinqüenta... vão logo se trocar. Hoje o time tava mal, mal mesmo! Pablo, você tem que melhorar os lance, se não acertar de primeira, o outro time vai levando vantagem, caramba! Gustavo, ao invés de ficar chamando a atenção dos colegas, se preocupa com seus dribles... Beto, fica de olho, se o Alex não te tirar do time, eu tiro... não está bem, fica em casa... – Ele parou e pensou – Vai filho, recupera o ânimo aí.

*

Depois da “linda” que tomei do Robertão, fui quase instintivamente pegar meu celular, na mochila. Nada. Nenhuma mensagem da Ana... Nem uma fofinha, como ela costumava mandar, depois dos treinos...

CARA***!!! Eu vou é esquecer a Ana. Ela também não está nem aí. Anda tão distante que nem as próprias amigas sabem direito dela, e também, tem aquela outra lá... mó saco.

*

Eu ainda estava caidão pela Ana, mesmo depois de tudo o que falei, tudo o que pensei. E olha que eu nem penso muito nas coisas... Mas não tinha tempo pra isso não. Tinha uma missão pra agora de tarde.

*

- Fala, Beto! – Disse Met, abrindo a porta para eu entrar.
- Fala Met, tudo beleza? – Disse também.

Todos os dias, a tarde, o Met, o Cam e eu nos reuníamos antes do Segundo Período da escola, para trocarmos idéias. Estávamos tentando nos concentrar na busca de pistas do paradeiro do Rafael e da Karina.

- Você conseguiu descobrir alguma coisa por aí? – Me perguntou Cam.
- Nada, veio... Eu to meio desligado...
- Saquei – Disse Met, meio desconcertado.
- Acho que todos nós estamos assim – Disse Cam. – O Metoo, voltou a si, faz pouco tempo e o Beto tá perdendo a linha por causa de uma garota de cabelos cumpridos...
- É, é, é, engraçadinho... Desde que a Ana terminou comigo e começou a trabalhar...
- A Ana está trabalhando? – Interrompeu Met, confuso.
- É. – Disse Cam – Já vai fazer um mês. Ela começou um curso de Assistente Administrativo, lá pelo centro e está cumprindo estágio agora.
- E porquê ela não falou nada para a gente? – Met indignou-se.

O Met parecia mais indignado do que eu.

- Vai lá saber. Eu sei porque estou fazendo o mesmo curso. – Disse Cam.
- Sério? – Met perguntou.
- Claro! Você acha que mudar a realidade e apagar mentes vai me dar dinheiro?
- Acho – Disse Met e eu juntos.
- Lembrem vocês, que eu não sou o vilão... Mais... Quer dizer, nem fui mesmo.

O Cam era engraçado. Mas até onde sabemos a família dele é bem estável economicamente falando. Outras informações são um mistério... kkkkk.

- Falando, agora, da escola... Met, você vai voltar amanhã, né? – Perguntei.
- Vou sim, to ansioso. Vai ser legal, mas to preocupado.
- Com o quê?
- Ah, não sei. Talvez com o que o pessoal vai achar... “O garoto em coma, volta para a escola”.
- Liga para isso, não. – Disse Cam.
- Bobagem, Met.
- Graças a vocês, agora só faltam os trabalhos de reposição de faltas. Vou correr atrás disso.
- Que isso, não precisa agradecer, ce sabe que tem uns brother firmeza, aqui! – Falei de boa.

*

Saí da casa do Metoo, já era meio dia. Tinha ainda quase uma hora antes de iniciar o Segundo Período. Consegui com MUITO esforço arrancar do Cam o endereço exato do curso que eles estavam fazendo... Assistente de sei lá das quantas!

Tive durante a manhã, nos treinos, alguns pressentimentos relacionados a ela. Então eu vou lá resolver a parada.

*

Quando cheguei na TeraByte Corp, logo de cara, dei com a Ana. Estava na recepção atendendo um telefonema.

- Sim, o senhor gostaria de remarcar? Para Sexta a Tarde... Temos o horário das 13:00 as 15:00 e das 15:00 as 17:00, qual o senhor prefere? Perfeito, senhor, seu horário foi agendado para a próxima Sexta, então. Até lá, bom trabalho, tchau.

Ela ficava muito diferente de secretária, com todos aqueles trecos, maquiagem, coque, uniforme. Mas sempre bonita. Igual a todas as outras daqui, mas diferente dela mesma... Acho que estou passando muito tempo com o Cam e o Met.

- Beto? – Disse Ana, branca feito fantasma. – Você veio fazer um curso?
- Oi Ana... Porquê você não falou que estava trabalhando?
- Esse não é um bom momento. Por favor, volta outra hora.
- Seu horário de almoço?
- Não sei. Deixe eu atender os outros alunos, está bem?

Antes que eu pudesse reclamar, o telefone tocou mais uma vez. Ela atendeu como se nada tivesse acontecido. Como se eu não tivesse ali.

*

Saí bravo, mas nervosásso de lá. Merda, veio... Aposto que aquele telefonema nem era nada de tão importante. Deixa pra lá.

De qualquer forma, eu tava sentindo que alguma coisa ia acontecer por ali. Naquele prédio. Só não tinha certeza quando. Tentei me concentrar, fechei os olhos e fiquei, como um idiota, no meio da rua. Nem sei o que as pessoas da rua tavam pensando...

Eu sentia algo em relação a Ana, mas não era ela que estava no perigo. Outra pessoa estava tão triste lá dentro.

*

Esperei... Esperei... Olhei no relógio, cinco pra uma da tarde. Cacete, vou me atrasar legal.

Uma moça, vestida como a Ana, saiu do prédio. Ela parecia bem normal a princípio. Mas quando eu me concentrei de verdade... Cara***, que coisa louca.

Tinha um espectro, muito escuro, muito estranho, andando colado com ela, e com a mão apoiada no ombro dela. A coisa virou e olhou pra mim.

Mano! Eu gelei na hora! Era bem diferente dos outros e bem parecido com o disgramento que sumiu com a Karina.

Eu corri atrás da garota. Mas percebendo minha aproximação, ela começou a correr também.

- Ou! OOOOOUU!!! Peraí! – Gritei.

Continuei correndo. Ainda bem que eu sou um atleta! Pois deu a maior canseira alcançar a coisa.

- Vai com calma, gata. – Disse eu – O que está acontecendo?
- Eu estou bem. – disse um pouco agressiva. Mas a maquiagem tava toda borrada como se tivesse chorado pra caramba.
- Pode falar, to aqui pra ajudar... Qual o seu nome?
- Débora...
- Então, Débora... Conta, pode conta, eu vou te escutar...

Meu, nem vi como aconteceu, de repente eu já estava abraçado com ela. No meio da rua. Dizendo que ia dar tudo certo, que ela não deveria ficar tão triste porque o namoro dela acabou, por causa de um filho daquelas, que chutou ela por outra. Ó só que ironia... Eu mó malzasso por causa da Ana, dando apoio pra menina aqui.

Só sei que, quando ela começou a se sentir melhor, o espectro largou dela e desapareceu. Eu mesmo me senti melhor depois disso.

- Você não era o carinha que estava com a Ana, lá do TeraByte? Ai droga, você já é comprometido...

*

Tentei ligar para o Cam e o Met, para explicar o que tinha acabado de acontecer, mas nenhum dos dois atendeu. Só a tia Samanta, que parecia bem estranha e ocupada. Sussa.

*

Depois da correria danada, nem fui pra escola, passei em casa pra tomar banho, trocar – novamente – de roupa e depois sim ir pro colégio. Pelo horário, certeza que o Met e o Cam já foram pra lá.

*

Dito e feito. Cheguei já estava iniciando a aula de Química. Uma horinha depois veio nosso intervalo de dez minutos.

- Ei Beto, o que aconteceu? Porque você só chegou na terceira aula?
- Tive que resolver uma das nossas paradas. – Tomávamos o cuidado para que os outros alunos não escutassem.
- Entendi – Disse Cam.
- Então, mas o que foi? – Met quis saber.

Depois de explicado. Cam começou a falar umas coisa.

- É bem o que nós já sabíamos. Ultimamente as pessoas estão sendo manipuladas por uma porrada de espíritos negros... Como já tinha dito pra gente que ia acontecer...
- E o que vamos fazer? – Perguntei.
- Temos que, primeiro, pensar na gente. Eles dominam as pessoas que mantém sentimentos de tristeza, raiva e medo, excessivamente. Se não ficarmos de olho nisso, não vamos conseguir pará-los.
- Certo. A Débora tinha uma tristeza sem tamanho. Mas será que as outras pessoas não estão sofrendo pelo mesmo motivo? – Quis saber.
- Não, não. Normalmente as pessoas se sentem triste, uma hora ou outra, mas aqueles casos extremos são os que nos preocupam.
- Caraça, véio... Vai ser osso, daqui pra frente.
- É, mas não podemos fraquejar agora. Olha o tanto de gente aqui na escola, que está desprotegida. – Disse Met preocupado.
- Por enquanto a situação da escola tá na boa. – Explicou Cam – Pelo menos não captei nada de anormal, ou muito anormal nesse mês.
- O importante foi descobrir que com um gesto simples, pelo menos um problema foi resolvido.
- É, eu deixei ela soltar o verbo. – Disse.

Faltava bem pouquinho para bater o sinal pra quarta aula. Quando “aquela” pessoa surgiu, com aquele trio.

- O Beto? Quem é essa garota mesmo? – Perguntou Met.
- É a nova “abelha rainha” do trio Tatiana, Alexandra e Bia. A Bianca, do ex-2ºB. – Respondeu Cam.
- Ela tá na nossa sala agora. – Completei.
- Eu sei, só não tinha certeza de quem era...
- É Met, um mês sem vir pra escola é muita coisa.

A Bianca estava chegando perto, quando o sinal bateu. Não gosto dela, ela é muito estranha. Gata, mas estranha.

Quando o sinal bateu, umas 18:17, tanto eu, quanto o Metoo, já tínhamos ajeitado nossos materiais. Saímos, o Cam foi na frente, então aproveitei pra falar a sós com o Met.

- Met, eu liguei pra sua casa, e a tia Samanta tava tão estranha.
- Que horas?
- Era quase uma hora. – Disse.
- Eu já estava aqui na escola, falando com o Israel, para ajeitar meu retorno.
- Parecia que tinha gente lá com ela.
- E deveria, tem um cara do trabalho dela que não sai de lá. Acho que ela pode estar namorando.
- Eita... e você... O que acha disso?
- Estou ignorando no momento... cabeça na Karina, no meu irmão. Eles são minha prioridade no momento...

Met deu uma pausa.

- Ei, a Ana pegou o busão. Quanta pressa. – Disse ele.

Só o Met, mesmo. Eu piraria legal se soubesse que minha mãe tinha trocado meu pai recém-morto, fantasma, guia espiritual, por outro cara. Mas o Met é sussa, é mais paciente com as coisas. Mandem um torpedo pra ele depois: “Mano, estamos com você, se precisar chama a gente que a gente arrebenta!”.

*

Eu e o time, nesse momento, estamos confraternizando. Algo que acontece pouco como time, mais como amigos. Mas o pessoal tá me enchendo por causa do último treino. Perguntando onde eu deixei minha cabeça. Na real, nem eu sei.

CONTINUA NO PRÓXIMO POST.

2 comentários:

Alef disse...

coisas estranhas acontecendo... é bom sentir ansiedade para o proximo capitolo denovo!

Arthur Ferreira disse...

Opa! O melhor, é que o próximo capítulo sai pro dia 19 de Outubro.