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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

CAÇA ÀS BRUXAS

EPISÓDIO # 202 – Caça às bruxas



É, caros colegas de Alvim, sou eu mais uma vez.
Pelo visto nosso querido investigador não está respondendo as expectativas. Será que ficou com medo?


Postado por feiticeira, quarta-feira, 03 de Fevereiro de 2010.

Por mais que eu tentasse, não conseguia me desfazer das palavras da feiticeira de Alvim. E para piorar a situação, ninguém da escola estava disposto a deixar isso de lado. Inclusive os amigos próximos.

Beto veio bater um papo comigo na hora da saída, mas para o meu azar, a Ana estava junto. Falávamos enquanto caminhávamos.

- Fala Metoo!
- Oi – Respondi ligeiro aos dois.
- Cara você está na lista negra da feiticeira! Ninguém tinha se arriscado a procurá-la.
- É. Muito corajoso da sua parte. – Acrescentou Ana.

O Comentário dela me deixou um pouco nervoso. Como se não se referisse somente ao assunto do blog.

- Obrigado – Respondi.
- Me diz, Metoo. Por que se interessou nessa “garota misteriosa”?
- Não foi bem NELA em que eu me interessei, mas no que ela ESCREVEU.
- O que tem demais? Isso é só brincadeira, é ficção. – Falou Beto, rindo.
- E se não for? E se ela, por acaso, pode fazer mal a alguém?
- Espera um pouco. – Disse Beto. Paramos todos. – Você não está pensando que essa garota da moda pode ser uma bruxa de verdade... né? Cara, você está muito estranho!
- Por que se importa com isso, Metoo? – Perguntou Ana. Ela olhava fixamente para os meus olhos.
- Por que eu acho muito estranho que ninguém tenha notado, que ela fez duas ameaças no blog dela. Fazer uma pessoa desaparecer, pode não ser uma mágica. – Expliquei.
- Por que não deixa esse assunto com a diretoria, ou com as autoridades pertinentes?

A Ana estava sendo presunçosa? Não creio!

- Bom, as autoridades não parecem levar muito a sério, essas brincadeiras de adolescentes. Fase de querer se aparecer, chamar a atenção, essas coisas. Eu vou indo nessa! – Fiz minha declaração e parti.

Eu não tinha um interesse tão especial nesse caso, mas como era o primeiro sem um guia, achei que uma atividade escolar não me faria mal. Tentei raciocinar, chegar a uma conclusão que me levasse a encontrar a feiticeira, porém, as palavras e o tom da Ana me perturbavam em anexo. Ela estava lá, próxima ao acidente, mas não aconteceu nada de sobre humano. Por que estaria suspeitando de mim?

Tic, Tac, o tempo está passando, caros colegas.
Se meu investigador não encontrar uma solução, seremos obrigados a saber quem virará abóbora.


Postado por feiticeira, quinta-feira, 04 de Fevereiro de 2010.

No dia seguinte, todos estavam em polvorosa, pois a polícia estava na escola interrogando os coordenadores. Antes que eu me aproximasse o suficiente, o Beto me agarrou pelo braço.

- Não vai lá, não!
- O que aconteceu? O que a polícia está fazendo aqui?

Ele olhou para os dois lados antes de responder sussurrando.

- Não sei direito, mas parece que a Bia está desaparecida faz 4 dias!
- Mas as amigas dela disseram que ela tinha ido viajar com os pais – Falei aos sussurros também.
- É mas, acontece que os pais dela chegaram de viajem há um dia, e ao que parece, saíram no dia 31 e não a levaram por causa da escola que iniciaria as aulas no dia primeiro.
- Isso coincide com a postagem da feiticeira, no dia primeiro de Fevereiro – Comentei com Beto.
- Por isso mesmo, resolvi te avisar. As pessoas sabem que você esteve procurando pela feiticeira, pode estar encrencado. Cara, eu não acredito, você tinha razão.

Tinha algo muito estranho nessa história. Tentamos nos aproximar de mansinho para tentar escutar o que os policiais diziam. Ao que percebemos eles não só procuravam pela Bia, como também por mercadorias roubadas, que sumiram de lojas nos arredores da escola. A feiticeira, portanto seria uma ladra!

Esperamos os policiais terminarem o interrogatório para podermos sair dali. Estava com muita pressa, mas de repente veio uma tontura e me senti mal, amparado por Beto. O barulho das sirenes dos policiais me deu muita dor de cabeça e lembrei de relance do acidente e da ambulância.

- Você está bem?
- Claro, eu tenho que ir.

Deixei o Beto onde estava e segui pelos corredores. Pela primeira vez em 8 dias, eu senti que alguém precisava da minha ajuda. E estava próxima.

Eu, certamente, não tinha o costume de entrar no banheiro feminino, mas senti que o caso era de urgência. Não meu, claro. Lá, estava em prantos silenciosos, Karina, a garota invisível, com seu laptop, agachada no chão. A imagem indicava que estava fazendo um novo post no blog... Feiticeira de Alvim. Como assim? Ela era a feiticeira?

- Metoo? O que está fazendo aqui? – Ela se assustou.
- Calma, está tudo tranqüilo...
- Você já deduziu, certo? Que eu sou a feiticeira de Alvim...
- Sim...
- Como sabia que eu estava aqui? – Karina secava o rosto. – Quase ninguém vem pra cá, no banheiro dos professores.
- Uma longa história...
- Igual a minha.
- Os policiais que estavam aqui disseram que você pode estar envolvida no desaparecimento da Bia, uma amiga minha.
- Veio por causa de outra garota... de novo - Comentou triste.
- Na verdade, embora pareça loucura, eu vim por sua causa. Pensei que precisasse de ajuda.
- Eu não a seqüestrei, se é que isso seria possível, eu a fiz desaparecer, de verdade!

Meu Deus! Mas do que ela estava falando?

- Eu não sei como, simplesmente desejei e aconteceu... – Falou Karina.
- Mas por que desejou algo assim?
- Ela sempre me incomodava muito, me humilhava, só porque eu não me vestia igual a ela, não tinha os mesmos gostos e não andava com as amigas dela. Para uma pessoa que não tem amigos como eu, esse tipo de situação causa muita pressão. Daí eu resolvi que isso mudaria e que ninguém mais iria pisar em mim, daí fui conversar com ela e disse para ela desaparecer... E ela desapareceu, evaporou no ar. Se fosse em um desenho ela teria aparecido na casa dela, sei lá...
- E por que não desejou que ela voltasse?
- No começo, achei que ela estava bem e não fiz nada. Não queria. depois, quando ela não voltou para a escola, eu comecei a me preocupar. Mas eu percebi que podia fazer algumas coisas interessantes e para evitar que as pessoas voltassem a me maltratar eu criei o blog. Você deve saber, você cria uma identidade e ela te dá poderes. Você sente que pode fazer o que quiser, falar o que quiser e esquecer as conseqüências... Mas não foi bem assim. Agora você deve ter certeza de que eu sou louca!

Eu não sabia o que falar. Tinha algumas preocupações ainda.

- Karina, e os roubos que os policiais comentaram? Você...
- Não! Eu não faria algo assim... eu só desejei ter as roupas e os acessórios, mas algo estranho acontecia. Antes eu achava que vinha do nada, simples assim, mas depois eu percebia que tudo o que eu queria e desejava vinha de algum lugar, sumia de uma loja, shopping. Era como se eu tivesse pegado diretamente.
- Você deve ser capaz de fazer desaparecer e aparecer objetos e... pessoas.
- O que está dizendo?
- Olha, se isso for verdade, talvez seja possível trazer a Bia de volta. Pensa, quando você quer uma coisa, você tem em mente o lugar onde seja possível comprar. Você se lembra de que lugar estava pensando quando desejou que a Bia desaparecesse?
- Eu acho que estava pensando no outro banheiro dos professores, o que está sempre trancado, lá não passa ninguém mesmo.
- Então vamos pra lá agora!
- C-como você pode encarar isso com naturalidade, eu mesma estava perdendo completamente o juízo.
- Digamos que eu tenha um segredo semelhante ao seu...

Passou-se um tempo...

Se essa fosse uma série de televisão, com certeza esse seria o momento da música emocionante de final, onde tudo se esclarece em câmera lenta e todos saem sorrindo, por que o mais importante foi conseguido, a vitória, o final feliz.

De fato o final dessa história da escola Alvim foi um bom final, Bia foi encontrada e finalmente pode ver seus pais e amigas. As roupas e acessórios voltaram para suas respectivas lojas. O blog da feiticeira foi fechado e todos voltaram a curtir qualquer coisa, simples e não sobrenatural. O Beto acredita que um dia ela volte a aparecer. Eu? Eu continuo guardando os meus segredos e agora os da Karina também. Formalmente ela pediu transferência da escola, mas o que de fato ocorreu é que ela pediu para se encontrar com um certo alguém e se despedir, pois ia desaparecer literalmente, não sem antes agradecer. Algo que não tinha necessidade.

O mais estranho nisso tudo não era o fato dela ter poderes, mas o de não estar aqui, por perto. Junto dela se foi algo muito precioso que nunca pude compartilhar com ninguém: meus segredos. Tenho certeza que ela compreenderia a correria que tenho que fazer... Sentirei sua falta.

É amigo, sou eu, uma última vez.
No final o feitiço voltou-se contra a feiticeira e a carruagem virou abóbora. Não estou incomodada, quando aprender a controlar isso melhor, os feitiços sairão dignos de uma fada!
Até algum dia.
Beijos, feiticeira errante.

Postado por feiticeira...

3 comentários:

Gammelo disse...

eh metoo parece q a tua vida ta ficando complicada.
O problema de ter poderes é que isso atrai pessoas com poderes.
Cuidado..

Gammelo disse...

Oi Metoo
to passando aqui para divulgar o meu novo blog, conitnuo com o antigo mais esse vem como nova tematica, conto com a sua ajuda nele se for possivel
http://passosporpassos.blogspot.com/
abraço

Arthur Pandeki disse...

O Gammelo!

Eu li os dois post do seu blog novo e gostei da proposta. Muito sucesso e se precisar de ajuda, é só falar.

abraço.