Não exatamente nesse exato momento...
São Paulo, 20 de Abril de 2009.
Caros amigos do blog,
Nem sei direito por onde começar. Talvez do começo seja mais sensato. Depois de do meu último post do meu blog, comecei a questionar todas as questões possíveis e imagináveis sobre a sociedade. Tudo que fazemos, devemos e temos o direito. Não demorou muito, como antes, para tomar minha decisão, já que eu me proporia a fazer algo de bom. Não sou uma pessoa ruim, claro que não, mas quando você pára para pensar, é difícil saber por onde começar.
No dia seguinte eu recebi uma carta. Que surpresa! Era do meu primo que mora lá em São Paulo, que fazia anos, muitos anos (hipérbole total) que eu não via. Na carta dele estava mais ou menos assim:
"Metoo, estamos com saudades, não de você, mas da tia e do tio... zueira! Temos novidades que você não vai acreditar. Esperamos sua visita, preciso da sua ajuda..."
Eu não sabia de que tipo de ajuda ele se referia e mais, eu não tinha nenhuma grana para poder viajar para São Paulo, sem chance, no way! Que coisa! Sem problemas na cachola, como diria meu primo. Já que eu não poderia ser útil a ele, eu poderia continuar com o meu plano de ajudar as pessoas do meu pequeno bairro. Mas não sabia por onde começar.
Na vila, existe uma velha senhora que toda quarta fazia feira e carregava uma grande quantia de sacolas - acredito que algumas bem pesadas - até sua casa. Todo mundo estava acostumados as suas rotinas. A garotada saindo da escola, a senhora comprando suas frutas e as pizzas eram assadas. Uma delícia!
Eu pensei: Será que ela não precisaria de alguma ajuda? Afinal, é muita sacola para um ser humano só. De início fiquei com receio. Vai que ela pensa que eu quero lhe fazer algum mal. vocês pensariam o mesmo? Um estranho se aproximando de repente, algo que nunca acontece. Bom segui em frente. Limpei a garganta com um pigarro forte e fui falar com ela.
- Senhora... Por acaso precisa de alguma ajuda, para levar as sacolas? Eu estou de passagem, voltando da escola. É caminho.
- Oh, meu jovem (parece que todo os idosos falam assim, rs)... Cê pode carregar essas daqui para mim?
- Com prazer!
Peguei algumas sacolas de suas mãe e braços ocupados e caminhei a seu lado até que as pousasse em sua porta. Ela agradeceu de uma forma muito gentil. Lembrei-me da minha vó. Hoje ela carrega suas compras lá no céu, mas isso é outro assunto. Eu estava para ir embora, já que eu era quase seu vizinho, não estava longe de casa...
- Espere, garoto. disse a senhora, eu tive que me virar em sua direção.
- Eu nem agradeci...
- Não precisa, foi realmente um prazer... (até mais do que eu imaginava).
- Pegue essa lembrancinha.
Ela me entregou uma caixa de madeira, tipo um bauzinho pequeno. Lacrado. Ela sorriu e disse que não estava trancada realmente, mas que eu abrisse no meu quarto, pois queria entrar e descansar. Fiquei meio sem graça, mas não poderia recusar um presente singelo e de certa forma interessante. E foi o que fiz. Fui para o meu quarto e quando cheguei fui abrir a caixa. Estava louco de curiosidade!
Eu quase não acreditei, mas acreditei do mesmo jeito. Tinha cem reais na caixa, embrulhados com um elastico apertado. CEM REAIS! Eu corri para devolver, minha mãe tinha a mesma opinião. Ela não poderia ter me dado tanto dinheiro, ela não deveria ter dado dinheiro algum, não é? Era gratidão demais para uma tarde só. Vocês devolveriam?
Eu não estava triste de jeito nenhum. Era a coisa certa a se fazer. Eu não trabalho, por isso não tenho dinheiro. E aquele dinheiro não veio de algum esforço - a sacola de laranjas e maçãs são meio pesadas, mas isso não conta. A senhora atendeu a porta.
- Gostou, meu jovem?
- Sim... E não. Eu vim devolver. O dinheiro é seu.
- Claro que não eu dei a você, agora é seu!
- Desculpe mas eu não posso ficar...
Não discutimos, mas no final consegui convencê-la a ficar com o dinheiro. Quer dizer, nem todo. Ela deixou comigo o suficiente para poder viajar para São Paulo de ônibus. Minha tia Ducilda a visitava frequentemente, e por isso - magicamente - ela soube da história. Eu agradeci e como minha mãe não fez objeção, eu parti para São Paulo, onde me encontro agora, escrevendo a carta para vocês.
O correio daqui tá uma bagunça, por isso não sei quando a carta vai chegar, espero que não demore mais que um mês. Ah, antes que eu me esqueça, a surpresa é que meu primo Gabriel está escrevendo um livro sobre vampiros! Show de bola! e ele queria que eu o ajudasse nessa tarefa, quem sabe eu não fique por mais algum tempo?
Para me inspirar, eu ouço minhas músicas de sempre. Dessa vez é Hey ya do Outkast. Acho que quando a carta chegar já estarei escutando outras.
P.S: Eu não fui sequestrado, quando posso, eu verifico o blog.
Ass: Metoo
3 comentários:
"mas quando você pára para pensar",
Realmente pensar é algo complicado, acho que eu já disse isso...
Que bom Metoo que você não foi sequestrado e não esta com gripe A h1n1.
Quanto ajudar os outro, pequenos gestos nos levam a lua, é de lera em letra que se escreve um livro, é de pagina em página que se termina.
que bom que seu primo está escrevendo é saudavel.
Espero que as proximas cartas cheguem também
Não tive tempo de ler tudo, mas fico feliz por saber que há pessoas nesse mundo que não sejam tão egocêntricas e passem a enxergar que existem outras pessoas além delas próprias. São pessoas como Metoo que movem e modificam a nossa medíocre sociedade capitalista e individualista.
Parabéns, Metoo, continue com esse desempenho fantástico! ^^
Eu sei que vc nao foi sequestrado e que esta ajudando o seu primo, mais nenhuma carta chegou, estou preocupado Metoo, da noticias viu!!!?
P.S. Se vc for sequestrado, naum adianta pedir resgate, os unicos cem reais q a vizinha tinha ela te deu hihihih
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