Vida de Ameba

"As vezes eu penso que a vida não poderia ser melhor...escuto uma música, fico pensando nos meus planos, no que eu quero fazer. Primeiramente quero ser uma pessoa melhor, não melhor do que ninguém, mas melhor e pronto..."

Nesse exato momento...

"Estamos na minha sala de aula, à frente se encontra a professora Rosetta, de Biologia. Ela é meio esquisita, fala enrolado e é um tanto desajeitada.Tenho medo de que nesse meio período eu acabe não aprendendo muita coisa. OPa! Ela está olhando para cá!"

- Metoo! Por acaso você sabe como funciona o corpo das Amebas?

- Acho que sim, senhora!

- Pois bem, levante-se e mostre para TODA a sala.

- Mas professora...

- Sem "mas"! Valerá sua nota do bimestre!

"Eu simplesmente não acredito que estou fazendo isso! Estou movimentando todo meu corpo feito uma gelatina, sacudindo para todo lado e todos estão olhando pra minha cara!".

- Velocidade cinco, agora!

"Engraçadinhos! O pior de tudo, no final, não é o super mico na frente de todos, é que entre esses "todos" existe uma pessoa que gosto muito e que, agora, jamais vai querer ficar comigo"."Balancei tanto, que até fiquei tonto e nem ouvi a professora falando..."

- Metoo, sente-se!

- Ufa! Ainda bem!

- Quando eu disse "mostre a todos", eu queria dizer que podia desenhar na lousa!

"Eu não acredito (parte dois)! Ela simplesmente me deixou fazer TUDO aquilo, e não disse nada! Eu me senti bem assim..."

"Sempre há um lado bom também. Mais pra frente essa cena ridícula, se tornaria atração de um programa de nome esdrúxulo, batizada de "dança da ameba". Mas isso é outra história, que depois eu conto".

Nesse exato momento, meia hora depois...

"Gostaria de dar um conselho...nunca digam: o que mais pode acontecer? Quando você ignora as regras divinas e clama pelas leis cármicas, pode ter certeza...algo acontece!". "Só nesses vinte minutos de caminhada até em casa, cruzei com um gato preto, me empurraram sem querer por baixo de uma escada, jogaram uma pedra na janela do vizinho (ele achou que fui eu!) e no final, bem na esquina de casa, quem estava lá? Tia Dulcilda! Ela mesma!".

- Metoozinho, da titia! Olha só o que eu trouxe pra você...

"Eu nem quero ver...Ela me obrigou. É uma coleção de discos de vinil. Tem um do Amado Batista, Fagner, Bee Gees, Village People (!) e Papagaio Disco Club, com músicas dance do finalzinho dos anos 70".

- Gostou, não é? Eu sabia!

"Observando pela minha cara, ela não deixou escapar o comentário".

- Você nem era desse mundo, naquela época!

"Me sinto uma ameba dançarina do planeta Marte!".

Nesse exato momento, no quarto do Metoo (Isso ja está cansando)...

"Eu preciso de Ajuda. Não! De um super-herói. Isso sim salvaria minha vida de tias alienígenas, professoras do mal e de todos que zombam de mim...o que eu posso fazer para mudar isso??? Pense! Pense!".

"Estou começando a arquitetar meu plano..."

continua...